Estou pra fazer uma experiência com meu grupo: ter um cenário base, mas cada arco de história (ou sessões) serem jogados com um sistema diferente. A ideia é experimentar como o jogo reage às particularidades de cada sistema tendo uma base mais sólida de comparação para, no fim, ver qual nos agrada mais. (Isso também serve para eu por em uso os livros que tenho aqui pegando poeira/esquecidos nos confins do HD).

Alguém já fez isso (ou tentou fazer) e pode falar um pouco do que aconteceu?

Eu já mestrei transições de sistema durante uma campanha, mas não me lembro de ter feito uma campanha cujo propósito é realizar diversas transições de sistemas. A primeira vista isso me parece algo interessante se você é um Advogado de Regras/Homebrewer que se diverte com "puzzles mecânicos", e um sofrimento desnecessário para todo outro tipo de jogadores.

Então, é que meu grupo atual é bem heterogêneo: tem o cara powergamer, o narrativista, o simulacionista, o deboista, e cada um com uma expectativa diferente em relação ao jogo. Além disso, há uma alta rotatividade entre eles (nem sempre todos estarão presentes), então não gostaria de forçar algo que não agrada a todos, principalmente quando o jogador mais interessado estiver ausente.

E também porque quero fazer esta experiência de testar sistemas diferentes, sem ter que nessariamente pensar numa nova campanha.

Mas dê mais detalhes, Bispo. Qual temática? Que sistemas?

Prefiro ser mais conservador quanto à temática e não sair da minha zona de conforto, por ora. Em outras palavras, vai ser fantasia medieval. Estou até pensando em ambientar o jogo em Forgotten Realms, pela "facilidade" do cenário aceitar tudo o que for jogado nele -- às vezes, literalmente (vide o FRCS da 4e).

De sistema, no menu temos: Dungeon World, 13th Age, DnD 5e/Next e FAE. Talvez Savage Worlds com o compêndio de Fantasia, mas ainda não estou certo.


E sim, acredito que isso não seja sustentável a longo prazo. A ideia é experimentar cada um, para depois decidir em qual sistema investiremos mais. Por isso, penso em arcos com cerca de três sessões em cada sistema, com fichas prontas (feitas por mim, i.e., "otimizadas" para cada sistema) quando necessário (para jogos mais "complexos", como um DnD 5e ou Savage Worlds, por exemplo). Isso acho que mitiga um pouco a dor de cabeça dos jogadores em ter que aprender um sistema novo em intervalos curtos de tempo.

Eu tenho feito isso mas de forma ligeiramente diferente. Jogamos 13th Age no cenário do livro, mas fazemos one-shots no mesmo cenário com personagens aleatórios e integramos os acontecimentos na campanha principal. Uma destas one-shots foi na 9ª era, onde tudo supostamente era bem diferente, e para representar isso nós jogamos com o sistema Dragon Age. A galera curtiu bastante, mas foi nossa única experiência em troca de sistema e não foi na sequencia regular da campanha.

Eu posso garantir que essa abordagem dá certo pois a galera já solicitou novas sessões com outros sistemas no mesmo cenário, mas sinto que aconteceria muita cara feia se isso fosse feito com os personagens da campanha padrão. Depende muito do grupo de jogadores, mesmo.