Um dos personagens mais memoraveis em nossas mesas foi um pivete de 15 anos de Shadowrun. O jogador fez o personagem propositalmente inexperiente, inclusive com skills do tipo Liderança: 1, Negociacao: 1, etc. representando habilidades em desenvolvimento que o jogador evoluiria na medida que o personagem crescesse. Alem disso, ele nao tinha nenhuma skill realmente alta (a maior era Etiqueta de Rua: 4, se nao me engano). E, ironicamente, a obsessão do jogador por esse personagem mais "organico" acabou alimentando nossa mesa com situacoes muito interessantes, que a media dos outros personagens mais tradicionais nao conseguia.
Outro personagem memoravel comecou como o min-maxer estereotipico tipico (o Street Samurai fodao), e acabou ficando interessante justamente quando envelheceu e ficou "velho demais pra isso", se aposentando e abrindo um bar ponto de encontro pra runners e elementos do submundo. Dai ele passou a ser o agenciador e patrocinador de corridas que outrora ele proprio fazia, e isso abriu uma dimensao muito foda no jogo.
Enfim, acho que essa questão, como a maior parte das outras, depende mais do material humano do que de qualquer sistema. Porem, vale uma observação: em nossas mesas tínhamos o cuidado de evitar que nichos de atuação se sobrepusessem, evitando ao máximo que, por ex, um decker novato entrasse num grupo que já tinha um decker experiente. Dessa forma, por mais novato que seja um personagem, ele será o único a contribuir em seu campo de atuação. Isso ajuda um pouco, acho.