Autor Tópico: Como não criar um mundo  (Lida 14711 vezes)

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Re:Como não criar um mundo
« Resposta #30 Online: Fevereiro 19, 2015, 06:49:06 pm »
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Em tempo, lembrei de outro elemento do "como não criar um mundo": a Loucura Genética. Em ficção científica, principalmente, além de todas as raças do universo falarem o mesmo idioma, elas... conseguem se reproduzir entre si. Imagina as festas da faculdade.
Sim, afinal de contas são raças e não espécies  :b

Essa esta na minha lista de coisas com as quais não me aborrecer. se você for mudar cada coisinha na ficção que não é realista/plausivel  de acordo com os "padrões do mundo real" o seu cenário vai ser apenas a terra com outro nome (a menos é claro que sua intenção seja criar um mundo realista)

O que nos leva ao lance de temer a magia. Pode ser que as pessoas nutram menos superstições com a tecnologia do dia a dia, mas ela ainda existe. Celulares que causam câncer, celulares que explodem, o Colisor de Hádrons que vai desintegrar o universo quando ligado, vacinas causam autismo (!!!), não tenha plantas no seu quarto porque a noite elas vão consumir todo o oxigênio e te matar e claro o HAARP.

Uma explicação mais simples seria que itens mágicos são caros de se fazer é por isso mais caros ainda de se vender. por isso a plebe não tem verba pra bancalos
« Última modificação: Fevereiro 19, 2015, 07:51:28 pm por Sirus »
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Offline Barão Nemo

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Re:Como não criar um mundo
« Resposta #31 Online: Fevereiro 19, 2015, 10:55:09 pm »
Yeah, eu entendo a importância do arquétipo do contador de histórias no mundo real.

O meu problema é com a falta de qualquer esforço para passar esta importância para o mundo ficcional sendo descrito.

Não que uma história longa e uma dissertação sobre a natureza da casualidade narrativa. Pela minha experiência a melhor forma de fazer com que um elemento do cenário se torne relevante á ele é ligando-o com outros elementos.

Personagens religiosos-mágicos tem capítulos inteiros descrevendo seus deuses e as religiões, que quase inevitavelmente serão relevantes na história e talvez na política do mundo. Chances são de que uma boa quantidade dos NPCs relevantes são membros do arquétipo. Uma situação semelhante acontece com os personagens mágicos-de-verdade (?).

Mas bardos? "poder das histórias! Você não precisa de contexto."

Eu gostaria de ter pelo alguns exemplos mais das histórias que eles usam, especialmente se for algum acontecimento já citado no livro de cenário. Existe algum colégio de bardos? O treinamento só funciona com o modelo de aprendiz? Como eles são tratados nas sociedades, especialmente quando eles tem poderes mágicos que vão além de impressionar públicos para caramba? Há uma hierarquia? Se há territórios governados por feiticeiros, há locais governados inteiramente por bardos? Há alguma narradocracia no cenário? Existe algum equivalente de imperador Tarquin no cenário, abusando de seus conhecimentos de narrativas para ter poder? Existe alguma força essencial semelhante á de Discworld, onde as leis da física fazem o mundo naturalmente funcionar como uma história? Eles são como clérigos, mas incarnando poder de arquétipos narrativos essenciais ou do equivalente in-setting das musas?

Nào é necessário tantas respostas, apenas o bastante para eu saber que eles tem mais relevância do que "opção de jogador apresentada num suplemento lançado dois anos após o livro de cenário" .

Shadows of Esteren apresenta o equivalente dos bardos que não tem poderes mágicos, mas são relevantes por serem uma organização de mensageiros da cultura Demorthein, formando uma corrente de mensageiros num mundo sem comunicação á longa distância e ridiculamente perigoso. Em cenários com influência de povos nórdicos, como Midgard e Hellfrost, os Escaldos já são descritos como figuras vitais da comunidade e tomam o papel de grandes sábios (provavelmente velhos). O livro básico de Eberron os descrevia como sendo usados para espionagem pelos governos, mas eu não lembro de muito depois disto. Nunca pude ler algum livro básico de Forgotten, mas lembro de haver uma organização de bardos lutando contra o mal.

É tudo o que eu quero do arquétipo: Contexto, consequências de sua existência e talvez um pouco de sua origem. 
« Última modificação: Fevereiro 19, 2015, 10:58:08 pm por Barão Nemo »

Offline Madrüga

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Re:Como não criar um mundo
« Resposta #32 Online: Fevereiro 19, 2015, 11:42:38 pm »
Continuo achando que é querer demais. Narradocracia? Colégio de bardos? Saber as histórias contadas? Isso seria coisa de suplemento. Por que não tem descrição de escolas de rangers, rangercracias e organizações de rangers? Por que necessariamente precisa haver colégios, hierarquias, escolas, governos ou "divindades da música"? É meio bisonho pensar num governo de bardos, por exemplo.
"If there are ten thousand medieval peasants who create vampires by believing them real, there may be one -- probably a child -- who will imagine the stake necessary to kill it. But a stake is only stupid wood; the mind is the mallet which drives it home."
-- Stephen King, It (p. 916)


Offline kinn

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Re:Como não criar um mundo
« Resposta #33 Online: Fevereiro 20, 2015, 02:08:13 am »
Nas tradições desse gênero, o jovem tem um professor que conta e reconta a história para ele até ele memorizar todos os detalhes e falas.
Em algumas culturas por sinal, há um prezo em repetir a história da mesma forma que foi contada. Em outras, não há tanta rigidez e daí vão surgindo diferentes versões do mesmo evento...
Pesquisas provam:
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Offline Smaug

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Re:Como não criar um mundo
« Resposta #34 Online: Fevereiro 20, 2015, 07:43:22 am »
Druidas eram sacerdotes e ao mesmo tempo ocupavam lugares de liderança nas tribos celtas. Sua principal função era passar o conhecimento adiante na tradição oral desses povos, principalmente em forma de histórias. Dai que o Bardo da maioria dos cenários é mais próximo dos Druidas históricos do que os Druidas representados nos rpgs. Não é irreal pensar que muitas rimas, histórias e musicas pudessem trazer um conhecimento "oculto" que era ensinado apenas as pessoas que ocupavam esses cargos. Então não é difícil pensar que um estudo arcano aliado a conhecer o verdadeiro significado das histórias e musicas permite ao Bardo fazer suas magias.
Eu também achei bem interessante a ideia de um governo de bardos, mas o único lugar que eu vi algo próximo disso foi em Breath of Fire 2.
This happens all the time. No matter how epic the battle, once begun, the thing sounds more or less like a bingo game: People shout out numbers and other people get excited about them.

Offline Barão Nemo

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Re:Como não criar um mundo
« Resposta #35 Online: Fevereiro 20, 2015, 04:34:06 pm »
Se o autor do cenário não está interessado em dar um papel importante para o B., eu ficaria feliz com alguma explicação rápida como "bardos neste jogo são um subtipo de outro tipo de magia, e são tratados do mesmo jeito exceto por precisarem de instrumentos musicais e semelhantes, agora não me enche mais."

E, bem, eu também continuaria feliz se não fizessem isto.

 

Offline Smaug

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Re:Como não criar um mundo
« Resposta #36 Online: Fevereiro 20, 2015, 04:47:25 pm »
Em Reinos de Ferro (again), Bardos são feiticeiros que disfarçam sua magia com musica para não serem perseguidos pela inquisição (que caça feiticeiros e outros conjuradores espontâneos).
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Re:Como não criar um mundo
« Resposta #37 Online: Fevereiro 20, 2015, 08:06:19 pm »
OFF

Sobre a conversa do bardo (e druidas e monges e clérigos). Na real, acho que o problema aí é mais a ideia de "classe" de sistemas como DnD. Dessa necessidade de se codificar mecanicamente um conjunto de características que lhes confere uma identidade. Há algum tempo tenho dissociado "entidade" mecânica (aka classe) de função narrativa nos meus jogos, ou o princípio "ceci n'est pas un Ranger": o jogador pode optar pela classe ranger por ela trazer melhores benefícios em lutar com duas armas, por exemplo; mas isso não implica que o personagem dele seja um ranger se ele assim não o desejar. Significado e significante não são necessariamente dois lados da mesma moeda.

PS: A disputa pelo prêmio monóculo 2015 está acirradíssima! :P

Offline Heitor

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Re:Como não criar um mundo
« Resposta #38 Online: Fevereiro 21, 2015, 01:17:19 am »
É exatamente esse o meu ranço com o Bardo: um conceito muito específico transformado em classe, concorrendo com abordagens mais gerais, como as quatro básicas (guerreiro, mago, ladino, clérigo; se bem que eu também tenho ranço com clérigos, mas com a cosmologia de D&D padrão eles fazem sentido).

Claro, a classe em D&D é um incentivo em termos de jogo para que o jogador se interesse em usar determinado conceito. O problema em sim então não é o elemento de jogo, mas quem joga: por exemplo, o cara que escolhe jogar de Bardo porque mecanicamente ele é uma das melhores classes no D&D 5e, mas em termos de representação em mesa ele age como um porradeiro que lança magias (vagamente) cantando. Pô, como o Madruga disse, tem diversas variantes de músicos/oradores/mestres de conhecimentos em várias culturas pra tomar de referência, e fulano me faz um lutador com buffs.

Clarificando: eu não tenho problemas em recolorir as coisas. Meu problema é usar uma coisa pela vantagem. Inclusive já pensei em variantes para futuros personagens, como usar o bruxo feito um psiônico que desenvolve seus poderes escutando uma "voz do subconsciente", preservando o lance do mentor sobrenatural manipulativo/palpiteiro; ou um monge que entende o ki "cientificamente" e mexe com os vetores das forças naturais (algo como os bióticos em Mass Effect).
« Última modificação: Fevereiro 21, 2015, 11:54:10 am por Heitor® »

Re:Como não criar um mundo
« Resposta #39 Online: Fevereiro 21, 2015, 08:29:40 am »
Pra ser honesto eu nunca entendi por que bardo é uma classe de aventureiro. pra mim eles sempre foram os caras que contam as historias e não os que participam delas.

Ladino e druida por mim também podiam sair
« Última modificação: Fevereiro 21, 2015, 09:20:58 am por Sirus »
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Re:Como não criar um mundo
« Resposta #40 Online: Fevereiro 21, 2015, 01:20:34 pm »
Pra ser honesto eu nunca entendi por que bardo é uma classe de aventureiro. pra mim eles sempre foram os caras que contam as historias e não os que participam delas.

Ladino e druida por mim também podiam sair
Mas os que contam também participam, vide o sobrinho do Hércules no último filme. :haha:

Re:Como não criar um mundo
« Resposta #41 Online: Fevereiro 21, 2015, 05:38:36 pm »
A wikipedia tem um artigo bom sobre bardos e suas fontes inspiradoras.

http://en.wikipedia.org/wiki/Bard_%28Dungeons_%26_Dragons%29

E diacho, ser um no AD&D1e era impossível.

Offline Madrüga

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Re:Como não criar um mundo
« Resposta #42 Online: Fevereiro 21, 2015, 06:29:22 pm »
Pra ser honesto eu nunca entendi por que bardo é uma classe de aventureiro. pra mim eles sempre foram os caras que contam as historias e não os que participam delas.

Ladino e druida por mim também podiam sair

Mas aí é uma opinião MUITO pessoal e enviesada. Ladino aventureiro é tudo que faz sentido, cara. E, como eu disse no meu post anterior, bardos têm uma característica viajante pela natureza da transmissão de informações da época. E, num mundo cheio de monstros, é até lógico pensar que um cara viandante precisaria de modos para sobreviver.

Fora que bardo é um conceito bonito pra caramba. Vocês são umas malas. Quando começa a pipocar classe básica sem sentido tipo warden ou samurai ninguém reclama, né
"If there are ten thousand medieval peasants who create vampires by believing them real, there may be one -- probably a child -- who will imagine the stake necessary to kill it. But a stake is only stupid wood; the mind is the mallet which drives it home."
-- Stephen King, It (p. 916)


Re:Como não criar um mundo
« Resposta #43 Online: Fevereiro 21, 2015, 07:20:31 pm »
Pode-se dizer que todo mundo aqui... tem um quê de Chatotorix.

 :cool:

Re:Como não criar um mundo
« Resposta #44 Online: Fevereiro 21, 2015, 07:47:41 pm »
Fora que bardo é um conceito bonito pra caramba. Vocês são umas malas. Quando começa a pipocar classe básica sem sentido tipo warden ou samurai ninguém reclama, né

Mas eu também acho que samurai como classe é só pra encher linguiça. Quer ser samurai é só fazer um guerreiro de katana  :b
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