Autor Tópico: Tabula Rasa  (Lida 2073 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Tabula Rasa
« Online: Novembro 18, 2011, 11:29:52 pm »
Então pessoal, estou com ideia que estou começando a desenvolver, gostaria da opinião de vocês!

O cenário do jogo é, uma terra futurista, alguns anos a frente (uns 50 ou 100 anos), em algum local do mundo, uma base militar secreta, toda automatizada e controlada remotamente desenvolve "soldados perfeitos", homens com força extrema, bom intelecto e sentidos aguçados (nada necessáriamente sobre humano, mas no limite da nossa capacidade física). Esses soldados passavam por um processo todo de desenvolvimento (não são gerados normalmente, são todos criados em laboratório) que incluia a inserção de memórias pré definidas (para incluir conhecimentos básicos, como a linguagem). Acontece que, no mundo externo, uma guerra começa, uma guerra que acaba dizimando o mundo, um verdadeiro apocalipse.

A base secreta, e os soldados sendo incubados, ficam intactos, e eventualmente acordam. Acontece que eles não tem conhecimento de nada do mundo, absolutamente NADA (ainda tenho dúvida se haveria um programa que explica a eles que são soldados e sobre sua criação). São humanos super fortes, rápidos, de boa inteligência acima da média, porém sem conhecimento algum (além do pouco conhecimento implantado).

Em algum momento, estes soldados, decidem explorar o lado de fora, na busca de tentar entender o que são.

O jogo, é sobre essa exploração, a busca de conhecimento, o confronto com o verdadeiro desconhecido, esse desconhecimento de coisas corriqueiras, da própria vida. A incerteza de coisas que nós hoje consideramos obvias, paradigmas.

Estou pensando em um sistema bem focado nisso, não importa tanto proezas físicas, neste ponto, sabemos que os personagens são bons. O foco fica no aprendizado, no desenvolvimento e em como os personagens lidam com o desconhecido, e que experiência podem tirar disso.

 

Bom, a princípio é isso, mais detalhes vou colocando aqui de acordo com que for desenvolvendo coisas mais concretas (por enquanto ainda tenho muitas idéias brutas).

 

Gostaria muito da opinião de todos, sério, nem que seja pra dizer que achou uma merda, só por favor me diga porque. Preciso muito do retorno do pessoal!

 

Thiago Edwardo

Re:Tabula Rasa
« Resposta #1 Online: Novembro 19, 2011, 01:13:45 am »
Primeiro: parece um cenário não muito original (e pelo pouco descrito aqui já surgem lacunas meio grandes, como o fato dos soldados receberem enxertos de memória, mas nenhum conhecimento sobre o mundo externo; ou o fato de existir uma tecnologia destas mas não serem capazes de ativar os soldados para suas funções em caso de emergencia, como a que supostamente acometeu o resto do mundo). Mas dá para fingir não ver essas coisas, já que obviamente seu objetivo não é criar um cenário original e perfeitamente bem explicado.

Segundo: todos jogadores teriam personagens iguais? porque é o que dá a entender... isso pode ruir todo o jogo: é PRECISO um pouco de customização, principalmente se teu jogo vai se basear tanto assim em caracteristicas pessoais.

Eu recomendaria a leitura do Busca Final, que tem um foco bem semelhante ao que tu pensa dar ao teu jogo (foco na jornada / auto-conhecimento do personagem --a principio é um rpg mais voltado para um jogador só--), e das críticas que ele tem recebido (se é que tem alguma). Talvez possa começar a ter algumas ideias a partir daí.

Re:Tabula Rasa
« Resposta #2 Online: Novembro 19, 2011, 02:05:11 am »
Cara, primeiro de tudo, valeu por opinar.
A história é cheia de buracos ainda sim, por isso estou colocando na comunidade, pra ir desenvolvendo
o cenário não é original, e não pretendia também, a proposta de jogo é o foco.

Exatamente como vc disse, algumas coisas podem ser ignoradas, ou só não explicadas, porque podem não interferir exatamente na jogo, os enxertos de memórias podem só não ter sido desenvolvidos totalmente, e a ativação dos soldados pode não ter acontecido por N motivos, a morte súbita dos envolvidos no projeto já é o bastante.

Então, a questão dos personagens "clones", é um bom levantamento, eu acho que não necessariamente precisam ser todos iguais (não fisicamente com certeza), mas quanto a criação de personagem, ainda não sei ao certo, as diferenças iniciais podem não ser tão grandes, o foco do jogo é muito maior no desenvolvimento dos personagens, na assimilação dos conhecimentos. Eu pensei bastante em customizar os personagens inicialmente diferenciando coisas como "áreas de interesse" de cada um, ao que ele esta mais curioso e propenso a aprender, mas isso ainda é uma ideia não trabalhada

Eu conheço (e tenho) o busca final, a princípio a ideia parece semelhante (eu mesmo pensei isso) mas não é tanto, o busca, o foco é na própria busca, em continuar ou não a busca, em acreditar ou não. Neste jogo (com este nome até agora de tabula rasa) a busca é mero cenário, o jogo trata dos personagens desbravando o desconhecido e aprendendo, de pensar quão útil e como pode ser usado cada conhecimento adquirido.


Pensando bastante no sistema de jogo, a ideia é que os personagens sejam iguais em potencial físico, todos eles são fortes e rápidos e bem coordenados, mas ai para tudo, pois as experiências vão moldando cada um, fazendo a diferença neles. Os personagens teriam características que iriam sendo adquiridas com o tempo, baseadas na própria opinião dos personagens sobre como os personagens reagiram e assimilaram as experiências vividas. Além disso, teríamos uma característica de instinto, algo que ajudaria os personagens a sobreviver, a responder rápido, aquela suposta "memória genética"

Outra coisa, que ajuda inclusive a completar o buraco do cenário, é pensar que talvez algumas partes de conhecimento foram sim implantadas, mas estão "adormecidas" para os personagens, como lembranças antigas e vagas, como um daqueles sonhos difíceis de recordar, e as experiências fariam os personagens recuperarem certas memórias. Mas quero recorrer menos a isso, focar em aprender, e não lembrar.
É uma viagem um pouco pedagógica, de tentar ver como os jogadores lidam com o aprendizado e a assimilação dos personagens.

Obrigado por comentar, e por favor, continuem dando sua opinião, é muito importante, só com esta crítica do Iuri eu já consegui andar um bocado, valeu!

Re:Tabula Rasa
« Resposta #3 Online: Novembro 19, 2011, 11:59:20 pm »
Então, a ideia até agora é que a base não tem muita coisa não, talvez quando todo mundo acordou, havia ali comida pra alguns dias, alguma reserva que houvesse. Mas a vida na base serve só como informação pra formar o personagem, o plano é começar o jogo com o pessoal saindo de lá, talvez alguma parte do grupo ficando, mas atualmente estou gostando da ideia de que todo mundo saiu, em alguns grupos (já que não haviam formas de sobrevivência lá)

Quanto ao cenário, quero definir algumas coisas, e outras deixar abertas, então, o apocalipse aconteceu, mas pode ter sido uma guerra nuclear, um apocalipse zumbi, ou até o cthulhu. A situação atual do mundo também, é interessante que exista sim alguma vida, mas não sei se inteligente, acho que o fato de não haverem outros humanos pode ser interessante.

Quanto a sistema, em relação a capacidades físicas todos são consideravelmente semelhantes, os maiores diferenciais realmente viriam com o aprendizado. Ultimamente estou gostando bastante da ideia de que os personagens tiveram vários conhecimentos implantados, porém não conseguem acessá-los, são como um sonho que você não se lembra até ver algo relacionado. Então, os personagens tanto poderiam aprender com as experiências, como também ter insights, e lembrar das memórias implantadas na sua criação.
Penso em pelo menos três características, uma para definir o instinto do personagem, como ele responde a necessidades instintivas, de se defender, de se alimentar, e coisas assim. Uma espécie de memória genética, sei lá, preciso ler melhor sobre o que dizem os estudos ai sobre o assunto.
Outra seria a essa capacidade de aprender coisas novas, e uma terceira seria a de lembrar dos conhecimentos já implantados. Provavelmente seriam pontos para distribuir entre as três, então poderíamos ter personagens realmente bons aprender com o mundo, alguns melhores em agir de impulso e outros que teriam uma facilidade maior de lembrar os conhecimentos implantados (mas ai teriam mais dificuldade de agir instintivamente ou aprender coisas novas)

De qualquer forma, o processo tanto de aprendizado e de lembrança deve depender bastante do personagem, o pensamento agora é que o personagem mantenha anotações do que ele considerou relevante no que aconteceu com ele, e que de tempos em tempos (não definido) ele poderia descrever como aquela experiência impactou no personagem, e ai rolar um teste(dúvida aqui) para aumentar seu conhecimento com aquilo.

Não pretendo ter uma lista de perícias, mas sim o próprio personagem escolhe como descrever aquele conhecimento, e quando julgarmos que um teste que vai ser feito tem relação com aquele conhecimento, ele pode usar seu nivel, uma coisa bem fudge mesmo.

A, quanto as memórias, pra termos personagens mais diferenciados uns dos outros, as memorias também poderiam ser diferentes um dos outros, talvez pq soldados diferentes estavam sendo preparados para tarefas diferentes, então teríamos memorias diferentes (talvez "pacotes" de memórias diferentes).

Acho que por enquanto é isso, estou gostando da ideia, e estou começando a organizar melhor as coisas na cabeça, se tiver alguma coisa que não esta muito clara, por favor perguntem, que é assim que eu vou conseguindo completar

Offline Sampaio

  • Pica das galáxias
    • Ver perfil
    • Pedro Sampaio - Blog
Re:Tabula Rasa
« Resposta #4 Online: Dezembro 17, 2011, 10:55:13 am »
Antes de tudo, gostei do nome do cenário. Bem bolado, dentro de sua proposta.

Ressalto o que o Iuri disse a respeito de múltiplos jogadores e personagens com "personalidades" diferentes (o que invalidaria a idéia da tábula rasa) e acrescento outras.

Por exemplo, estava achando a parte mais interessante justamente eles aprendendo a interagir com outras pessoas, mas vc disse que pensa em não existirem mais humanos. Pode ser uma aventura bastante tediosa se não houverem diálogos. Mesmo com seres humanos e a necessidade de também aprender a interagir com eles, exigiria bastante roleplay dos jogadores. Nem todos conseguem ficar tão absorvidos pelos seus personagens a ponto de tornar isso interessante e verossimel, sem interação com outros seres humanos pode tornar a aventura bastante chata.

Acho a idéia geral interessante mas algo para uma aventura e com um jogador. Um exercício rpgístico interessante e potencialmente divertido para intercalar com aventuras de outros cenários e sistemas, uma aventura-solo diferente.

Offline Vincer

  • Silva.
    • Ver perfil
Re:Tabula Rasa
« Resposta #5 Online: Dezembro 17, 2011, 12:37:15 pm »
Acredito que tenha bom potencial para grupos sim. Na questão da aparência ou ficha inicial, se realmente for preciso diferenciar(há alternativas, já chego nelas) eles poderiam existir em 'classes': assim como há certas unidades especializadas em guerra, poderiam haver os snipers, estrategistas, infiltradores, etc, etc. Eles poderiam ter diferenças estéticas justificáveis como olhos diferentes, talvez até mesmo cor de pele etc(cada classe)... tanto por questões técnicas dos bônus de classe(ex: diferentes peles resistirem melhor diferentes calibres) como por práticas(seus líderes reconhecerem facilmente cada classe).

Uma alternativa a aparência seria... se todos fossem até certo ponto 'metamorfos'. Criados também para espionagem eles poderiam auto-induzir mudanças físicas num processo que levaria uns 7 dias aprox.(dependendo do quanto estão mudando). Cabelo cai, outro cresce, pele muda, traços faciais mudam levemente... o delay seria para evitar o aspecto de 'mágica' e as vantagens óbvias da transformação. Se eu jogasse até sei como seria meu char: conforme conhecesse pessoas que gostasse tentaria alterar-se para parecer com elas, achando que isso o ajudaria a mimetizar sua humanidade.

Personalidade:
A) deixe livre, mas explique bem a idéia e diga que o normal seria começarem bem 'neutros' sem traços fortes. Mas deixe quem não quiser ou distanciar disso fazer à vontade: parece que o projeto ainda não tinha sido lançado com motivos, tem esses soldados que nascem com falhas.... até mesmo o jogador psicótico 'mata, loot depois pergunta' ficaria legal aqui, um soldado bugado que ficou psicótico.
B) memória residual? Talvez eles lembrem, talvez inconscientemente, aspectos dos 'originais'? Talvez o sistema de inserir memórias use um processo que primeiro extraiu tais memórias de um soldado normal voluntário ao projeto... talvez algo mais dele tenha passado.
C) a essência. Confrontar o nome do cenário... talvez eles não sejam tábuas rasas e mesmo clones haveria algo mais neles, único, etéreo... vc sabe, aquele papo de alma e etc.

Quanto a ficha... uma base bem simples, igual para todos, talvez com habilidades ainda baixas(porque foram despertos errado, sem serem totalmente preparados). No começo do jogo ao invés de evoluirem habilidades eles... lembrariam delas. Eu já usei esse esquema e funcionou bem: pontos de ficha não gastos. Durante o jogo cada um pode decidir que se lembrou de algo e acrescentar a perícia ou habilidade. Depois que se lembrarem aí sim a evolução começa ao seu ritmo habitual.

Podem haver humanos sobreviventes em lugares remotos, poucas comunidades... para intensificar o feeling que vc pensou eles poderiam estar distantes dos PCs no começo. Quando a coisa começar a esfriar por falta deles vc os faz encontrar a primeira comunidade.
Para evitar usar muitos humanos tem outra alternativa tb: robôs. Deve ser curioso encontrar quem entenda mais sobre a humanidade que você, muito mais, sendo você muito mais humano que ele.

E claro, explorar mais o lore, abusar das idéias. Talvez outra base similar tenha despertado primeiro, mas ao invez de simpatizarem com humanos ou tentar compreendê-los resolveram exterminá-los; Clones como os jogadores e etc, eles se uniriam a essa facção? Os clones não foram usados na guerra, isso deixa um espaço interessante para algum plot sinistro... talvez alguém tenha feito de propósito, sei lá, devastar tudo e re povoar a terra com uma raça superior. Talvez só essa base não tenha ligado por problemas técnicos ou sabotagem...