“Neste verão, em um mundo cruel de deuses e monstros, haverá um anjo de eletricidade para te proteger...”
(https://i.ytimg.com/vi/XR9KGlTgbAs/maxresdefault.jpg)
URÂNIA A SOMBRA ELETRÔNICA!
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"Observe, a história de horror se formando!
O assassino entra no prédio e sobe de elevador. Ele tem um disfarce de motoboy, uma faca em sua mochila, mas não tem um motivo, seguindo por instinto o protocolo do estripador.
A vítima está sozinha em seu apartamento, se contentando com a internet enquanto espera sua refeição chegar. O telefone toca e do outro lado da linha está a voz de sua mãe, gritando para que tranque as portas e se esconda no banheiro. Ela obedece imediatamente e liga para a emergência.
Do lado de fora o assassino começa a destrancar a porta com as ferramentas que comprou de um chaveiro. Não há tempo para a polícia chegar ou o segurança noturno voltar de sua folga.
Toca o telefone do apartamento ao lado, o traficante de drogas atende. Responde a voz de um cliente, avisando sobre um velho concorrente que veio lhe matar. Os ruídos do corredor são o bastante para lhe convencer.
Acelere até a chegada da polícia. Nos corredores do andar encontram dois corpos, um assassino armado com uma faca e um traficante com um martelo de açougueiro. A vítima está bem, e conta seu lado da história.
Aparece então o furo da trama: A mãe da vítima está morta há três meses. O caso vira notícia local que então chega as redes nacionais, como uma comovente história de um espírito voltando do Além para salvar a filha.
(http://i.huffpost.com/gen/1557716/images/o-GLOWING-COMPUTER-SCREEN-facebook.jpg)
A história de horror foi interrompida, agora vamos á verdade:
Por trás da máscara da salvadora maternal há uma figura sem rosto, um espírito da Psicosfera que habita cabos de fibra ótica e linhas telefônicas do mundo material. Seu nome é Urânia, mas todo o resto é um mistério.
Observe o espírito viajando pela Psicosfera, entrando para o mundo material pela ponte eletrônica de câmeras, telefones, televisores e computadores. Em um momento ela absorve o telefonema dentre primos na Alemanha, em outro ela vê o roubo de uma loja japonesa através de cinco lentes diferentes. Enquanto fantasmas assombram uma única fita cassete ou até um prédio, Urânia pula de sistema para sistema com uma agilidade felina. Assim como a sombra digital ouve ela também fala, roubando uma das milhares de vozes que já encontrou e se passando por pessoas reais, ou simplesmente escrevendo em telas de computador e celulares.
Note os limites de sua influência. Câmeras e telefones não têm segredos para ela, mas Urânia não pode mover tecnologia á sua vontade: Ela não pode abrir portas eletrônicas, ligar aparelhos, chamar elevadores, possuir o corpo de um robô ou sequer mudar o canal da televisão, não importa se tarefa for mecanicamente mais simples que uma ligação telefônica. Uma colisão entre engenharia e as leis da Psicosfera.
Agora faça a pergunta: Quem é Urânia?
Mas não pergunte para a sombra eletrônica. Em suas memórias vagas ela surge repentinamente na Psicosfera, sem nenhum sinal de sua origem além de seu próprio nome.
Observe ela vagando por três anos, se perdendo num turbilhão elétrico de informação, escutando tudo e vendo todos, buscando desesperadamente por pistas de sua natureza.
Em uma de suas orelhas de plástico ela ouve planos de um assassinato, envolvendo uma bomba e um carro. Urânia esquece ignora caso, até testemunhar o veículo explodindo num engarrafamento, matando doze inocentes no processo. Ela continua sua busca, mas só encontra ligações de emergência, noticiários do acidente na televisão, as ligações para parentes dos falecidos e o choro em resposta.
Em um de seus olhos de vidro Urânia nota o inicio de um incêndio, ela continua sua missão por alguns minutos antes de ceder á consciência, ligando ao mesmo tempo para os donos da casa e para os bombeiros. “Incêndio no centro termina sem vítimas”, diz o site de notícias locais.
Na tela de um celular outro assassinato é planejado. Urânia promete que será sua última interferência no mundo material. A promessa dura apenas três dias.
A sombra se torna uma samaritana digital. Sua busca por identidade ainda continua, agora dividindo espaço com seu papel como salvadora, de servir como um panopticon benevolente salvando vidas.
(http://fud.community.services.support.microsoft.com/Fud/FileDownloadHandler.ashx?fid=03aa833c-7167-443e-8b2f-080705180814)
Note, porém, que Urânia ainda é uma única entidade com limitada presença no mundo material. Em sua exploração ela encontra sinais de monstros nas sombras, além do alcance de sua luz elétrica e que não são mortos por uma ligação á polícia.
Urânia precisa de ajuda, de alguém que ela possa apontar para a escuridão e que volte com a cabeça da besta. Ela precisa de aliados.
A sombra eletrônica começa a procurar por eles, através de inúmeros olhos e orelhas.
O telefone começa a tocar."
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Comentário: Ok, eu não resisti e acabei fazendo outro post. Eu apaguei o post com perguntas para os leitores e as adicionei ao post original.
Urânia é outro aliado/patrono do grupo, com motivos para reunir os personagens em um grupo e apontar eles na direção dos vilões.
Sua origem é outro segredo do cenário para o narrador criar sua própria resposta: Urânia pode ser uma inteligência artificial que "ascendeu" á Psicosfera; o fantasma de alguém que morreu em um acidente elétrico; a musa de mesmo nome sofrendo de amnesia ou um genius loci formado pela energia psíquica acumulada em conversas de telefone.
Alguns vão ler esta personagem e pensar no jogo Ghost Trick, ou na série Person of Interest, mas vamos lembrar do verdadeiro clássico:
! No longer available (http://youtube.com/watch?v=l-9MVO72W18#)