Autor Tópico: Signus  (Lida 2398 vezes)

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Offline Ciggi

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Signus
« Online: Abril 29, 2013, 02:21:55 pm »
A interferência no radio fez o homem perguntar pela 3ª vez: - "ISS repita cambio" - o nervosismo o fez esquecer qualquer protocolo de comunicação levando-o de volta a 10 anos quando ainda era técnico de telecomunicações da Força Aérea Americana. A estática no radio persistia por interferência de algum satélite de TV, mas pela 3ª vez os astronautas da ISS repetiam: -"Estamos avistando um objeto não identificável Houston, vou repetir, tem uma nave vindo em nossa direção!" - O Major-general que estava de pé assistindo tudo se sentou, e olhou outros engenheiros correndo pela sala falando em varias línguas diferentes, um deles perguntou ao General o que deviam fazer e ele apenas se levantou e saiu da sala pegando o celular.

Já se passava 3 horas desde o primeiro avistamento da nave, ela se mantinha parada em orbita. Não era visível a olho nu, mas qualquer observatório, ou mesmo curioso amador com uma luneta poderia encontra-la no céu. Todo o mundo falava apenas disso, fotos, vídeos, entrevistas com especialistas, num instante todos queriam saber mais sobre astronomia. Os teóricos da conspiração também tinham sua vez. Mas a verdade é que nem mesmo as agencias espaciais sabiam o que estava acontecendo, medidas estavam sendo tomadas, algumas em conjunto entre as maiores potencias, outras visando apenas proteção, ou retaliação.

Mais de 24 horas depois e nada de novo. Todo tipo de ideia para comunicação já havia sido tentada, nenhuma parecia ter surtido efeito. Aproximação estava fora de cogitação depois que a ROSKOSMOS enviou um satélite em direção da nave e ele foi desintegrado por algum campo de força. Um grupo de canais da TV fechada passava por problemas técnicos a algumas horas, possivelmente interferência orbital da nave. Os canais tinha sua programação interrompida sem motivos aparente por alguns minutos, sempre ao mesmo tempo todos eles, um incomodo que poucos se importavam diante de um acontecimento histórico como o que se desenrolava. Então a estática sumiu, por alguns segundos os satélites de TV tinham perdido sua comunicação com a terra, e então quando a imagem é restaurada pela primeira vez o mundo vê um extra terrestre, e ele é exatamente igual a um terráqueo.

Uma mensagem dita repetidamente em mais de 30 línguas diferentes por um homem caucasiano de boa aparência, que claramente se encontrava no espaço dentro da nave, já que a terra vista pelo hangar da nave denunciava sua localização repetia: - "O protocolo de aproximação de Signarus foi cumprido, aguardamos autorização para desembarque." - Alguns especialistas e ate organizações contestaram a veracidade do vídeo, mas os técnicos de telecomunicações tinham certeza absoluta, aquela havia sido uma transferência feita do espaço, invadindo satélites de comunicação em massa.

Apenas 5 horas depois da mensagem dos alienígenas um míssil foi lançado em direção a nave pelo governo da Coreia do Norte, e da mesma forma que o satélite Russo foi desintegrado sem dificuldade pela nave. A comunidade Europeia, os governos Americanos e ate os Asiáticos cogitavam retaliação a Coreia, mas sem nova resposta da nave os ânimos foram se acalmando lentamente, aguardando alguma reação da nave.

A nave já era considerada parte do dia a dia em alguns lugares, as pessoas começavam a achar que aquilo tudo era fruto de algum mega produção cinematográfica, algum plano mirabolante do governo, ou ate mesmo alguma peça pregada por um hacker da informática parecida com a feita por Orson Welles em 1938. Mas uma nova mensagem chegou, 24 apos a primeira, o mesmo homem repetia, dessa vez em mais de 50 línguas, algumas mortas ou fictícias: - "Aguardamos mais de um dia sideral, o protocolo signarus foi cumprido. Enviaremos uma nave de reconhecimento Garpaniana"

Em poucas horas, contrariando o que a gigantesca maioria das pessoas esperava, uma nave de aproximadamente 500 metros de largura e quase 100 de altura se aproximou de Gauteng, a menor província da África do Sul ao invés de em uma das grandes nações. Ela ficou sobrevoando a cerca de 90 km da pequena cidade, e uma nave menor com cerca de 50 metros se desacoplou e aproximou da cidade Africana. A nave com cores vermelhas e azuis pousou na base das montanhas Witwatersrand, e demorou um pouco mais de 5 minutos para abrir seu deck, um grupo considerável de pessoas já estava por lá, entre eles autoridades e soldados. Alguns diriam que a tensão no ar era palpável, mas depois descobriria-se que o campo de força da pequena nave provocava em algumas pessoas mais próximas pequenos arrepios. Cinco pessoas desceram da nave. Quem chamava mais atenção era um homem de pele azulada, sem pupila nos olhos aparentemente, todos vestiam um uniforme pesado, com placas finas de um metal protegendo algumas partes vitais, apenas dois deles tinham o que pareciam armas na cintura. Uma mulher negra de olhos verdes se adiantou e falou em um Africâner com um sotaque pesado e forçado: - "Sou a Capitã Kalies, gostaria de uma explicação. Onde estão os príncipes?"

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« Última modificação: Maio 29, 2013, 02:26:44 pm por JM, O Invisível »

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Re:Signus
« Resposta #1 Online: Maio 03, 2013, 01:01:30 am »
Kamowa Rauf, um experiente guia turístico que estava perto da nave Garpaniana e via um grupo de políticos e empresários passando por momentos, no minimo, embaraçosos, pulou a frente e com seu jeito extrovertido e expontaneo chamou a atenção dos alienígenas. - "Olá, tudo bem, como estão? Me chamo Kamowa Rauf, posso ajudar?" - As palavras simples e diretas pareciam ter surtido mais efeito do que as frases mais pomposas e complexas ditas ate então. Todos ali olhavam para o guia, que permanecia parado, ligeiramente curvado, rindo e com as mãos expostas e apertadas

- "Sim pode, me chamo Kalie, onde estão os príncipes?" - Falou a bela Capitã
- "Temos alguns príncipes na Terra sim" - Respondeu o guia com um pouco de duvida na voz - "Algum em especifico?"
- "Sim, príncipes do planeta, Terra!" - Um homem com aproximadamente 2 metros ao lado da Capitã falou em tom grosseiro e pobre
- "Ah, sim, sim, mas não temos príncipes que governem a Terra!" - Diante da curiosidade no olhar dos visitantes o guia completou - "Mas esses senhores aqui são os lideres de nossa cidade, toda essa terra!"

Fez-se silencio por alguns segundos, o homem de pele azul e sem pupilas falou em uma língua diferente algumas palavras, no que o gigante respondeu olhando para Capitã que permanecia calada. Mais alguns segundos e ela falou:

- "Somos Garpinianos, viemos de uma galaxia distante, e precisamos descobrir onde estão seus príncipes."
- "Não temos esse tipo de príncipe que procuram!" - Repetiu o guia
- "Pois deveriam. Uma encubadora sem um príncipe e sem um Signari..." - A Capitã parou de falar e mergulhou em seus próprios pensamentos. - "Vamos esperar mais um pouco, não queremos problemas aqui!" - Ela completou enquanto se virava e dizia algumas palavras em seu idioma nativo ao seu companheiro que não parecia muito feliz.

Alguns soldados tomaram suas armas e apontaram para eles quando o gigantesco homem foi ate ao deck da nave e pegou o que parecia ser uma grande mala. O Guia por mais assustado que estivesse pedia para os soldados terem calma, mesmo com a indiferença dos alienígenas frente a situação ele já havia visto muitos em filmes de ficção para saber que um conflito nessas horas seria mortal. A mala foi posta no chão, e gentilmente a Capitã chamou o guia para perto de si: - "Kamowa Rauf, pronunciei corretamente? Este aparelho permitira que nos comuniquemos melhor que por seus satélites." - Ela falava com bastante simpatia e calma - "Veja, esse botão abre o comunicador, este aqui, apenas este, abrira comunicação comigo, e quando essa luz acender eu estou tentando abrir comunicação com você. Fui clara? Precisa que eu repita?"

Os poderosos ali não estavam satisfeitos com a ascensão do guia naquele momento, e resolveram interferir pedindo a um dos Soldados que fosse e pegasse o comunicador, um dos alienígenas que tinha um tipo de arma em sua cintura ficou em prontidão, e o conflito que Kamowa não queria parecia inevitável quando os soldados tomaram suas armas. A Capitã pegou no braço do guia e uma luz cegou a todos, Kamowa estremeceu e uma dormência enrijeceu todos os pelos de seu corpo, quando seus olhos se abriram ele viu a maioria das pessoas ali caídas no chão, apenas os alienígenas e alguns terráqueos mais distantes estavam de pé. A grama estava queimada a volta da nave, formando um circulo perfeito.

- "Você está bem? Alguns humanos podem ter problemas quando passam por um campo de força baixo, sente alguma dor no peito ou na cabeça?" - A Capitã falava com bastante calma e lentamente

- "Oque? Eles estão mortos?" - Kamowa perguntou ainda muito confuso
- "Não, apenas dormindo. Pegue o aparelho, entraremos em contato em breve. Ainda precisamos ter certeza que vocês foram abandonados antes de uma negociação. Agora tire eles de perto da nave antes de voar-mos. Obrigado e adeus!"

Os alienígenas entraram na nave, que demorou tempo o suficiente para Kamowa e alguns telespectadores com menos medo arrastarem os corpos dos inconsciente para longe. E enquanto a nave voltava para sua casa Kamowa só podia falar uma coisa: - "No que eu fui me meter!"

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« Última modificação: Maio 29, 2013, 02:49:41 pm por JM, O Invisível »

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Re:Signus
« Resposta #2 Online: Maio 30, 2013, 10:38:17 pm »
Johnny Tanner, um homem de meia idade com uma calvice já bem avançada e um óculos que destaca seu rosto redondo, saiu apressado pelos corredores luxuosos de um hotel em Dakar no Senegal. Alguns dos homens mais poderosos do mundo estavam na sala que ele acabara de sair. Ele não demora muito e chega a uma sala com muitos aparelhos eletrônicos, lá já se encontra o Marechal Morita do Japão, Tisha Washington tradutora do consulado americano e Kevin Hurt engenheiro chefe da ESA. Em uma mesa no centro da sala uma mala nas cores vermelha e azul aberta com um monitor de algo que parecia ser LCD, alguns botões chamavam atenção pelo seu tamanho, mas um especial piscava intermitentemente. - "Podemos?" - Perguntou Kevin Hurt no que Johnny Tanner assentiu  com a cabeça. Kevin apertou com entusiasmo o botão e a pequena tela acendeu, demorou alguns segundos ate que a imagem da Capitã Kalie apareceu:

- "Olá, onde está Kamowa Rauf?" - Ela perguntou em Africâner num tom cortes. Tisha traduziu com precisão e quase ao mesmo tempo que a Capitã.
- "Diga a ela que o guia turístico está bem, e que serei eu a negociar com ela a partir de agora" - Respondeu Johnny Tanner, mas Tisha não teve nem mesmo tempo de começar a tradução quando foi interrompida pela Capitã
- "Eu compreendo seu idioma perfeitamente, não se preocupe" - Kalie falou num inglês com quase nenhum sotaque, deixando assustado todos na sala.
- "Isso vai facilitar as coisas. Bem me chamo Johnny Tanner, serei o porta voz do governo mundial e gostaria de lhe fazer algumas perguntas para começarmos. Quem são vocês? É obvio que são humanos, ou algo próximo a isso, mas precisamos de um pouco mais de respostas para termos um bom entendimento entre nossas raças"
- "Responderei todas perguntas que o senhor quiser, mas realmente gostaria de saber onde está Kamowa" - Ela falou ainda sorridente
- "Kamowa Rauf não representa o governo mundial, toda comunicação sera feita apenas atras de mim. Mas posso lhe assegurar que o meu bom amigo Morita aqui tem ele sob sua proteção não se preocupe"
- "O Senhor pede que não me preocupe, no entanto eu dei a Kamowa o comunicador que usamos agora. Veja bem, eu dei a Kamowa Rauf, não a Johnny Tanner. Agora eu não sei onde ele está e o que vejo é uma sala com homens que nunca vi usando um aparelho que deveria ser usado apenas por Kamowa. Me parece motivo suficiente para estar preocupada não?" - O sorriso da Capitã agora não parecia mais tão acalentador e certamente fez Johnny Tanner sentir uma fisgada de preocupação sobre os rumos daquela conversa
- "Veja bem Capitã, não sei quem vocês são, não sei o que querem, e o único contato que fizeram foi com um homem que não representa ninguém alem de si mesmo. Ate onde sei vocês invadiram o "espaço aéreo espacial da Terra", entregaram o que pode ser uma arma de destruição em massa na mão de um civil, e ainda causaram sérios danos a nosso povo em sua demonstração de força. Mas acredito que podemos chegar em algum lugar se começarmos a conversar agora, talvez nos dizendo que são" - Tanner falou tirando os óculos e apertando a região entre seus olhos num misto de dor de cabeça e cansaço.
- "Atmosfera Terrestre!" - Respondeu a Capitã ainda sorrindo
- "Como?" - Um Tanner atônito e curioso indagou
- "Você disse "Espaço aéreo espacial da Terra" e o certo é Atmosfera Terrestre."
- "O que tem isso de importante?"
- "Governo mundial faz mais sentido que espaço aéreo espacial da Terra num contexto geral, então se for para inventar novas nomenclaturas estou lhe indicando uma mais verossímil"
- "Seu inglês é perfeito!" - Interrompeu Kevin Hurt tentando acalmar os ânimos - "Por que não o usou desde o começo, no seu primeiro contato?"
- "Porque é uma língua pobre e com muitos defeitos, alem de que estando na Africa achei que seria mais facilmente entendida usando um idioma nativo" - Ela respondeu sem muito interesse
- "Por que a Africa e não os EUA?" - Emendou Tanner
- "Por vários motivos, mas acho que realmente eu prefiro conversar com Kamowa"
- "Isso sera impossível, sua única comunicação é comigo agora" - Ele respondeu em tom grave e olhando com desaprovação para Kevin
- "Isso é um problema, porquê obviamente vocês detém em seu poder algo que não lhes pertence e gostaríamos de telo de volta"
- "Ou oque?" - Falou em tom ameaçador Tanner - "Vocês deixaram claro que não podem nos atacar, seja o que for esse protocolo Signari. E não temos intenção de negociar com invasores"
- "O correto é Signarus" - Corrigiu a Capitã ainda com um sorriso - "Nossa conversa termina aqui, quando Kamowa puder falar nos chame"

Subitamente o sinal foi perdido e a tela escureceu. Alguns segundos se passaram ate que Kevin tentou contato pelo aparelho, um pequeno dispositivo que parecia uma camera pareceu piscar todas as vezes mas nenhuma comunicação foi feita. - "Acho que eles podem nos ver, ou melhor, acho que eles estão nos vendo nesse momento!" - Ele completou assustado

- "Fechem a sala, ninguém entra sem minha autorização Marechal, entendeu? Agora para fora, todos!"

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« Última modificação: Maio 31, 2013, 12:25:13 am por JM, O Invisível »

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Re:Signus
« Resposta #3 Online: Maio 31, 2013, 12:24:39 am »
Já se passava dois dias e todos os esforços de comunicação com os alienígenas, se é que se podiam chama-los assim, eram inúteis. Todos os dias, duas vezes por dia, Johnny Tanner, Morita Fujiwara, e Kevin Hurt se reuniam a volta da mala vermelha e azul e por alguns minutos tentavam comunicação.

- "Por que não trazemos o tal do Kamowa?" - Indagou Hurt já cansado de apertar o mesmo botão na maleta
- "Ate onde sei ele pode fazer parte dessa conspiração. Ainda trabalhamos com a hipótese de eles serem terroristas" - Respondeu Johnny Tanner lendo alguns papeis - "E pare de falar sobre isso aqui, temos momento e lugar pra isso. Onde está Morita? Ele saiu a algumas horas e não voltou ainda"
- "Ele está no prédio, eu o vi conversando com alguns soldados no andar de baixo"

Mais alguns minutos e Johnny Tanner deu por encerrada aquela tentativa de comunicação, mas antes de saírem Morita e outros dois soldados entraram na sala, acompanhado deles estava Kamowa Rauf.

- "O que significa isso Morita?" - Johnny Tanner falou irritado, mas foi logo empurrado em uma cadeira, amordaçado e preso por algemas, Kevin no entanto foi apenas preso. Morita apertou o botão enquanto botava Kamowa sentando de frente para a maleta. Alguns segundos se passaram e a tela ascendeu:

- "Olá Kamowa!" - Falou com um sorriso no rosto a Capitã Kalie
- "Olá Capitã, como vai?" - Ele parecia um pouco assustado
- "Estou muito bem, e você está bem? Percebi que vocês tem uma situação ao que parece delicada ai" - Ela falou sem desviar o olhar de Kamowa, a tela que ela olhava não era muito grande mesmo tendo uma grande capacidade visual, o que fazia parecer que ela sempre estava olhando pro mesmo ponto.
- "Oh, isso? Não se preocupe, na verdade eu fui resgatado pelo Marechal Morita, ele me ajudou a chegar aqui"
- "Resgatado? Não entendo!"- Ela não estava mais sorrindo
- "Ah, não se preocupe com isso!" - Ele respondeu tentando disfarçar e não criar mais problemas - "Mas veja, o Marechal parece saber onde estão os príncipes, que bom não?"
- "Sabe?" - Ela respondeu agora visivelmente preocupada

Morita se aproximou e vez uma reverencia. Então tirou de seu bolso um colar de metal, seu pingente era uma esfera de metal brilhante, sulcos cortavam a esfera em uma elipse que começava no topo e ia ate a parte mais baixa da esfera. De longe não se podia ver, mas ao aproximar o suficiente da tela um liquido dourado como se fosse ouro escorria pela elipse sem derramar ou sair dos sulcos que a contornavam. Era lindo e certamente chamou a atenção da Capitã

- "Este amuleto foi passado de geração em geração em minha família, hoje eu finalmente posso cumprir a missão que me foi confiada!" - Falou o Marechal em um inglês com bastante sotaque e ainda demonstrando reverencia.
- "Que missão?" - Perguntou a Capitã ainda com um ar de preocupação
- "Entregar esse cordão a vocês!"
- "Você sabe o que é esse cordão ou o que ele significa?"
- "Não! Meu dever sempre foi o de estar a postos para essa tarefa, entregar o pingente aos verdadeiros Daimiôs"
- "Entendo!" - Ela ficou alguns segundos em silencio - "Me encontrem agora no mesmo local onde nos encontramos antes."
- "Estamos no Senegal!" - Respondeu espantado Kamowa - "Demorei 2 dias de viajem para chegar aqui escondido, e temo um monte de homens armados lá fora prontos pra me prender, e o senhor também Marechal. Não temos como chegar lá assim tão rápido!"
- "Estaremos lá!" - Respondeu rapidamente o Marechal enquanto fechava a mala e dava algumas ordens em Japonês.

Kamowa ainda não tinha entendido como chegaram tão rápido no terraço, e porque diabos havia um helicóptero lá esperando por eles. O fato é, que em poucas horas estavam na base da montanha, obviamente o local estava cercado e alguns aviões sobrevoavam o local sem se aproximar muito da nave. O helicóptero pousou sem dificuldade e a Capitã e seus companheiros estavam lá, o homem de pele azul, e o outro que parecia estar sempre zangado.

- "Nossa posição aqui é perigosa!" - Falou Morita enquanto se aproximava da nave Garpaniana e entregava a meleta de comunicação a um dos homens da Capitã- "Gostaria que tivéssemos nos encontrado em local menos visível, menos aberto."
- "Não se preocupe, eles não se aproximarão daqui da mesma forma que não se aproximaram de vocês!" - A Capitã respondeu
- "É mesmo, durante toda a viagem não vimos nenhum avião para nos interceptar" - Comentou o Marechal surpreso
- "Vocês chamam de Pulso de Ondas Eletromagnéticas, nos temos como criar pequenas áreas controladas com essas ondas, e mantivemos o acesso a seu veiculo bem restrito." - Ela respondeu sem muitas voltas e diante da preocupação do Marechal completou - "Ninguém se feriu, nossa Inteligencia Militar como vocês chamam é bem precisa e estamos evitando a todo custo qualquer morte, alem de que eles logo perceberam que seria inútil se aproximar de vocês ou de nossa nave!"
- "Que bom, isso evitará muitos problemas no futuro!" - Respondeu o Marechal
- "Sim, muitos!" - Kalie completou - "Agora se o Senhor puder nos dar uma explicação mais detalhada"
- "Explicar? Eu sinto muito mas eu disse tudo que sei. Esse colar foi passado de geração em geração e nos deveríamos entrega-lo aos verdadeiros Daimiôs. É tudo que sei!"
- "E o que lhe faz pensar que somos seus Daimiôs?"
- "Isso!" - E aponta para o enorme companheiro da Capitã que apenas ouvia - "Esse simbolo em seu pescoço, eu o vi nas gravações e é igual ao que já havia visto em alguns livros e pergaminhos que tenho em minha casa no Japão, eles trazem alguns detalhes históricos bem antigos e que sempre achei que eram lendas, ate hoje!"
- "Isso é uma marca Marechal!" - Respondeu a Capitã que olhava o simbolo que parecia um "S"
- "Marca? De guerra?" - Ele parecia surpreso
- "O Tenente Tur'keli foi escravo dos Signaris, e essa é a marca que eles usam para designar suas propriedades!" - A Capitã respondeu sem o habitual bom humor
- "Eu não sabia..." - O Marechal estava surpreso e perplexo
- "Cada vez fica mais claro que vocês foram abandonados, mas ainda precisamos ter certeza absoluta disso. Afinal não queremos ter marcas como as do Tenente!" - Ela falou se virando e indo em direção aos seus companheiros.

Kamowa e o Marechal Morita estavam ali parados diante de um futuro completamente incerto enquanto pensavam nas dificuldades que passaram para tirar Samowa da prisão, dos inimigos que estavam fazendo, e no que podiam esperar agora, ajudando escravos quando deveriam ajudar escravizadores. Tudo parecia incerto e perigoso demais, uma guerra parecia ter explodido, mas ninguém havia se dado conta ainda. A Capitã volta sua atenção aos dois e agora bem seria lhes chama:

- "Infelizmente acho que terei que lhes pedir mais do que já fizeram ate aqui!" - Ela falou num tom apreensivo
- "Mais? Como assim?" - Perguntou Kamowa
- "Nossas pesquisas nos levaram a um local não muito longe daqui, e estamos enviando uma equipe de exploração para lá agora." - Ela falava enquanto seus olhos pareciam buscar cada pedaço dos dois homens a sua frente com muita atenção - "Gostaria de lhes pedir que fossem junto!"
- "Mas por que?
- "Vocês são nativos, e podem nos oferecer um suporte geográfico e histórico melhor que seus livros e dados bibliográfico. É um pouco difícil separar o que são as lendas e o que são dados históricos, vocês parecem ter uma grande dificuldade em separar ciência e suas religiões!"
- "Ok, mas onde deveríamos ir?" - Morita parecia querer ajudar de qualquer forma
- "Egito"
- "Egito? Isso é do outro lado da Africa!" - Gritou Kamowa chamando atenção de todos por ali
- "Temos transporte próprio para isso Kamowa, e tenho certeza que você nos será ainda de muita ajuda, muita mesmo!" - Ela falou voltando a sorrir!
- "Tome!" - Morita falou enquanto entregava um papel a Capitã - "Ai está o meu endereço e coordenados geográficas, você conseguira chegar lá facilmente. Mantenho esses documentos em uma região bem afastada e de difícil acesso. Acredito que algo poderá ser útil a vocês lá"
- "Você entende que nosso povo e os Príncipes e Signaris não somos, como vou dizer? Amigos!" - A Capitã perguntou com bastante honestidade
- "Sim, compreendo!" - O Marechal respondeu fazendo nova reverencia - "E se eles são capazes de escravizar outros povos, então não tem a minha simpatia"
- "Bravas, porem perigosas palavras Marechal, e vamos esperar que nunca precise coloca-las a prova" - A Capitã falou enquanto pegava o papel e o lia - "Então posso considerar que ambos nos ajudarão certo?"

Enquanto a Capitã falava um pequeno veiculo saiu da nave, ele parecia um barco, e flutuava com uma luz meio esverdeada no fundo. alguns equipamentos foram jogados em sua caçamba enquanto a Capitã dava algumas ordens em sua língua e o Marechal voltava ao helicóptero para dispensar seus homens, Kamowa estava parado, pensando perplexo: - "No que eu fui me meter!"

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Offline Ciggi

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Re:Signus
« Resposta #4 Online: Junho 22, 2013, 03:24:22 am »
O sol estava nascendo, Kamowa, Morita, Kalie e o misterioso homem de pele azul estavam diante das Pirâmides de Gizé, o guia turístico analisava a situação em que estava envolvido enquanto seus companheiros estavam imersos em suas próprias tarefas. Fazia pouco mais de 4 horas que saíram de sua cidade natal Gauteng e agora estava do outro lado da Africa, no Egito. Morita havia lhe dito algo sobre viagens mais rápidas que o som, e que a velocidade em que esse trajeto foi feita era impossível para qualquer tecnologia terrestre, e mais um monte de termos técnicos, ele era um militar afinal. Mas Kamowa tinha a certeza que passara pouco menos de 1 hora entre os dois trajetos, e aquilo pra ele era muito rápido!

- "Kamowa, eles devem estar chegando" - Chamou o Marechal Morita. Kamowa se aproximou para se inteirar do assunto.
- "Confirmamos que seus Principes morreram, não sabemos ainda que familia era a dona dessa incubadora, digo, seu planeta, mas certamente ela não possui mais um dono." - Falou com o rosto fechado a Capitã Kalie
- "Isso é bom certo?" - Kamowa tentava animar os amigos.
- "Não, não é!" - Ela respondeu asperamente
- "Mas eu não entendo, nada disso faz sentido, vocês são alienígenas mas..." - As palavras faltavam, ele tinha guardado essa curiosidade consigo como se fosse algum tabu.
- "Tenho que entrar em contato com meus superiores agora" - Kalie falou num tom desanimado - "Eu sinto que devemos nos separar agora, e quero agradecer. Mesmo que seus esforços não sejam recompensados pelos seus saibam que todo Garpiniano hoje tem um debito com vocês."

O homem azul entrava na pequena nave que os levara ate ali em velocidade acima do som, Kalie pensava em algo e no seu idioma nativo trocou algumas palavras com o seu companheiro - "Seus soldados devem chegar aqui assim que partirmos. Quero que entreguem uma mensagem a eles: Nos estamos dispostos a abrir nossas portas, queremos iniciar canais diplomáticos e ficaríamos felizes em dividir todo conhecimento que pudermos com vocês." - Ela se aproximou dos dois homens e abaixou o corpo num sinal de cumprimento que parece ser universal - "Obrigado Kamowa Raulf, Marechal Morita. Foi uma honra conhece-los. Se no futuro nossas civilizações se tornarem aliadas seria um enorme prazer que nos encontrássemos novamente e em circunstancias mais agradáveis"

Ela se vira e vai embora, e em minutos apos a sua partida aeronaves egipcias voavam por sob suas cabeças

- "Estamos fudidos?" - Kamowa exclamou como quem libera uma enorme carga das costas
- "Muito fudidos!" - Completou o Marechal Morita


Faziam horas que estavam sendo interrogados, todo tipo de mecanismo de tortura psicológica conhecido pelo homem moderno já havia sido aplicado em Kamowa e Morita. Quando nada alem de tortura física restava Johnny Tanner apareceu

- "Vocês sabem a confusão em que estão envolvidos?" - Ele falava em tom serio enquanto botava alguns papeis na mesa onde Kamowa estava - "Existem homens muito capazes aqui nesse lado da Africa, homens que podem extrair a verdade de soldados muito mais bem treinados que você Kamowa, você tá me entendendo? Estou sendo suficientemente claro?"
Ele andava pela sala praguejando - "Mas que diabos vocês estavam pensando? Que maldita conspiração vocês estão metidos? Kamowa, eu não vou te ajudar se você não começar a falar AGORA!"
- "Quando você chegou aqui?" - Kamowa parecia estar em outro planeta, seus olhos não tinham vida
- "Kamowa, quem são esses conspiradores? O que eles querem?"
- "Quando você chegou? Não te vi aqui antes."
- "Kamowa, eu estou tentando te ajudar."
- "Estou aqui a quanto tempo? Acho que umas 12 horas né? Seu relógio tá certo ou tá com o horario do Egito?"
- "Eu cansei, você quem pediu isso Kamowa! Sem me ajudar eu lavo minhas mãos"
- "Mas eu estou te ajudando, Você demorou quantas horas pra chegar aqui? Umas 8? 9? 10 horas? É mais ou menos isso tenho certeza." - Kamowa parecia ter algo que deixava Tunner nervoso em sua voz - "Eu cheguei aqui em menos de 1 hora. Mas você sabe disso né? Sabe que não existe tecnologia na terra capaz disso. Ah, que isso, você sabe que aquela maleta de comunicação não poderia ter sido criada na terra. Como é o nome? Aquele teste que fazem nos objetos para saber a idade deles?"
- "Carbono-14" - Respondeu Tunner enquanto se sentava, agora bem menos agitado
- "ISSO! Carbono 14, isso mesmo. Então? Testaram não testaram? E descobriram que aquilo não pode ter sido feito na terra né? E sabe porque? Por que eles são malditos alienígenas, e como eu já disse inúmeras vezes antes de você demorar 10 longas horas pra fazer uma viagem que eu fiz em menos de uma, esses alienígenas querem se comunicar de forma apropriada, forma civilizada" - Kamowa estava de pé com as mãos sobre a mesa diante de Tunner que suava frio
- "Diplomacia, é isso que vamos fazer." - Kamowa parecia não conseguir mais conter sua revolta, fora carregado para todo o lado, feito de interprete, refém, guia, ajudante, agora era a vez dele tomar as redeas - "E sabe o que mais? Eu vou ser o diplomata, serei eu quem ira fazer o contato com eles, eu quem ira resolver isso da forma certa!"
- "Mas você precisa ter algum conhecimento, experiencia..." - Tunner procurava uma ajuda em sua mente que não estava lá
- "Você conhece alguem que tenha mais experiencia com alienígenas do que eu?" - Tunner ficou calado diante de Kamowa - "Imaginei! Agora, que tal começarmos por tirar essas algemas? E claro, eu quero meu amigo Morita aqui, temos que começar a pensar em como proceder a partir daqui. Estou sendo suficientemente claro?"

[Continua]

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Re:Signus
« Resposta #5 Online: Junho 22, 2013, 10:16:38 pm »
Fazia uma semana desde que Kamowa encontrara os alienígenas, e hoje finalmente ele poderia ter suas perguntas respondidas. Kamowa e Morita eram os responsáveis pela comunicação com os Garpanianos, e de fato eles concordaram em receber os Terráqueos, um grupo de 100 pessoas seria levada a nave deles no espaço, sem armas obviamente, e todas as perguntas seriam respondidas. Ali, aos pés das montanhas Witwatersrand ele estava novamente, esperando o transporte que os levaria para foda da Terra, e ele chegou no momento exato combinado, a mesma nave que estava ali 7 atras, ela voava a quase 100 metros e enviou uma nave menor com 50 metros para buscar os passageiros, algumas das pessoas mais influentes da Terra estavam ali, entre especialistas e militares, existiam professores, cientistas, políticos, e alguns milionários.

A nave pousou e seu deck abriu, o Tenente Tur'keli desceu pela rampa rindo para todos, Kamowa estava espantado afinal ele sempre estivera irritado enquanto tiveram sua pequena aventura

- "Como vai Tenente?" - Perguntou Morita fazendo uma reverencia
- "Tudo bem comigo Marechal, obrigado por perguntar. Algum problema Kamowa?" - Ele retribuiu a reverencia
- "Não, nada!" - Kamowa hesitou por alguns segundos - "Quer dizer, você está sorrindo!"
- "Acho que devo me desculpar então." - Ele fez outra reverencia a Kamowa - "Sempre que tentamos contato com alguma nova civilização é costume Garpaniano usar de psicologia natural Signari para podermos ampliar nossa receptividade!"
- "Entendo!" - Kamowa estava meio assustado
- "Deixe-me tentar lhe esclarecer, eu devia parecer sempre estar em oposição a Capitã, assim caso algo desse errado, seria mais facil culpar-me e lhes fazer se afeiçoar pela Capitã"
- "Era tudo Teatro Kamowa!" - Morita completou, fizemos isso algumas vezes em nossa história militar
- "Oh!" - Kamowa parecia não mais surpreso, mas triste
- "Segundo nossa equipe você era uma das melhores opções para comunicação quando nos encontramos, por isso nos dirigimos a você deixamos aberta a "corrente" que nos separava dos homens que tentavam se comunicar conosco aquela vez. Assim você nos ajudou se tornando interprete e posteriormente contato com sua civilização. Mas perceba, mesmo sendo uma das melhores opção não era a melhor!"
- "É quem era?" - Perguntou Morita
- "A mulher que tentou ser interprete dos captores de Kamowa. Ela era uma mulher, linguista obviamente, tinha a mesma "raça" que Kalie, e uma boa resposta corporal!"
- "Então porque me escolher?" - Perguntou desolado Kamowa
- "Isso você vai ter que perguntar a Capitã pessoalmente Kamowa, a decisão final era dela, mesmo todos escolhendo a sua companheira. Sem ressentimentos por favor!"
- "Ela... Me escolheu?" - Kamowa parecia surpreso demais para tentar disfarçar o pequeno sorriso em seu rosto

Todos estavam a bordo da nave, estavam sendo instruídos onde sentar, e algumas pessoas esclareciam sobre a viagem ao espaço. Havia muitos Garpinianos ali falando desde o Africanêr ate o Japonês passando pelo inglês. A viagem não demorou muito, houve um grande tremor na nave quando ela saia da estratosfera parecia mais uma pequena turbulência do que as trepidações vistas em filmes. Alguns Garpinianos explicavam a 2 astronautas russos e alguns cientistas que um campo de força facilitava a saída da nave e impedia que a mesma tremesse muito, era tudo magico para todos ali, mas para Kamowa a magica ainda não tinha acontecido.

Todos desembarcaram da nave, o Tenente Tur'keli veio se despedir de Kamowa

- "Devo voltar as minhas tarefas, em breve vamos aportar no seu Amazonas e Austrália, precisamos de alguns recursos naturais como água, terra, e se possível alguns animais. Vou pessoalmente estar envolvido com os contatos de seus governantes, então devo me apressar!"
- "Foi um prazer, fico feliz que vocês Garpanianos possam enfim ter o que precisam!" - Kamowa respondeu retribuindo a reverencia
- "Obrigado, mas eu não sou Garpaniano!"
- "Como?"
- "Não se preocupe em breve você vai entender, mas existem muitas civilizações resgatadas pelos Garpanianos aqui, eles são um povo pacifico e bom!" - Tur'keli respondeu sorrindo, o que ainda assustava um pouco Kamowa - "Espero que nos encontre-mos novamente, adeus!"

Todos estavam em um tipo de trem sem trilhos. Cinco pequenos vagões flutuavam a alguns centímetros do chão, os visitantes foram convidados a entrar, alguns guias estavam nos vagões e uma imagem semitransparente era reproduzida no vidro da janela e em televisões no alto de todas entradas dos carros:

- "Olá a todos, me chamo Lian e juntamente com meus companheiros seremos seus guias hoje" - Uma jovem bonita de cabelos negros e lisos falava em inglês e algumas legendas eram exibidas ao mesmo tempo. Podia-se vê-la no primeiro falando em tempo real, um fone de ouvido parecia estar transmitindo tudo que era falado. Mas o que mais impressionava era um cabo que saia de sua cabeça e se conectava ao equipamento perto dela.
- "Isso tudo é assustador e magnifico não?" - Uma jovem negra ao lado de Kamowa puxou assunto
- "Sim, suponho que sim!" - Kamowa respondeu reconhecendo a jovem Tisha Washington - "Você estava no Senegal não estava?"
- "Sim era eu mesma!" - Ela respondeu rindo. Kamowa mal percebera mas Morita estava em outro vagão com outros militares entre japoneses, chineses, e indianos.
- "Estou rezando para que tudo de certo hoje, somos os primeiros Terráqueos aqui!" - Tisha tinha um sorriso contagiante nos lábios e apertava com firmeza um terço que tinha no pescoço
- "Vai dar, não se preocupe!" - Kamowa riu

Os Terráqueos foram levados por vários lugares, era explicado como a nave funcionava, muito sobre as defesas e sistema de vida da nave, e isso durou ate o almoço. Uma cozinha espaçosa e com vários lugares dispostos em um enorme circulo, haviam lugares marcados e comida em todos os lugares, algumas pessoas estranharam, e muitas não comeram ou tiraram algumas provisões que trouxeram consigo, mas as verduras e frutas postas nas mesas eram bonitas, e algumas ate da própria Terra, segundo Lian conseguidas nas ultimas viagens ao solo. Kamowa no entanto não comera, estava ansioso, ele precisava de respostas.

- "Você não vai comer?" - Perguntou Tisha
- "Estou sem fome, pode comer minha parte se quiser"
- "Obrigado, vou considerar a oferta, mas podemos?" - Tisha estendeu a mão no que Kamowa a pegou sem entender direito
- "Vamos orar!" - Tisha terminou fechando os olhos e fazendo uma pequena oração, kamowa acompanhou por respeito

Depois do almoço eles foram levados a um enorme buraco, os vagões passavam diante de um aposento enorme, as janelas ficaram escuras mas podia-se ver uma pequena luz esverdeada dentro da sala mesmo sobre as janelas escuras.

- "Desculpem, mas estamos trabalhando em capacidade máxima, isso pequena luz verde que acabaram de ver é a responsável por 90% da energia de nossa nave, e também por toda tecnologia que viram ate agora." - Lian falava com uma alegria que Kamowa reconhecia como a mesma que tinha quando guiava alguem em Gauteng.

A próxima sala era escura e parecia um cinema, todos entraram e se sentaram, novamente os lugares eram marcados, mas Kamowa teve um tempo com Morita

- "Kamowa, temos problemas!" - Morita parecia aflito
- "O que é agora?" - Kamowa parecia adivinhar
- "Alguns dos homens que estão comigo são assassinos profissionais, os Coreanos e Chineses pretendem algo" - Morita estava assustado
- "Algo como? Estamos na nave dos Garpanianos, eles devem ter defesas" - Kamowa parecia em duvida
- "Quais? Você viu algum soldado ate agora?" - Morita falava cada vez mais baixo - "Certamente não passamos em lugares muito perigosos ou acredito que seja fácil fugir por ai, mas não vi nenhum homem armado."
- "Bem, nos subimos sem nenhuma arma também!" - Kamowa falava enquanto um dos guias o chamava e vinha em sua direção
- "Eles tem!" - Os olhos de Morita estavam arregalados enquanto o guia levava-o
- "Tudo bem?" - Tisha perguntou quando Kamowa foi posto do seu lado
- "Acho que sim, não sei" - Kamowa agora estava perturbado
- "Não se preocupe, não foi o que você me disse? Vai tudo dar certo, coloca na mão do Senhor e confia!"

Uma enorme televisão começou a mostrar um tipo de filme, ou vídeo. Finalmente tudo seria esclarecido

Offline Ciggi

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Re:Signus
« Resposta #6 Online: Julho 17, 2013, 05:35:17 pm »
A tela estava escura e uma música calma e bonita tocava baixo, quase inaudível. Uma luz branca surgiu no meio da gigantesca tela que mostrava a todas as 100 pessoas sentadas na sala um filme. Então passos revelaram um homem negro muito bem arrumado que se aproximou da luz enquanto a câmera se ajustava para que ele fosse visto por inteiro. Agora a luz parecia apenas um ponto de luz no meio do nada com o homem ao seu lado. ele começou a falar em uma língua estranha mas o ponto no ouvido de cada convidado traduzia o que ele falava

- "Me chamo Ramd Ondor. Sou o presidente da trigésima quinta frota Garpaniana, e é um prazer os receber em nossa nave." - Ele fez uma pausa e andou um pouco deixando o ponto luminoso a sua frente - "Sei que existem muitas perguntas a serem feitas e pretendo responder se não todas a maioria delas agora. Mas para isso será preciso esclarecer alguns pontos teóricos que sua civilização ainda tem dificuldades em compreender."

Esticando sua mão ele fez com que a luz estivesse na palma de sua mão - "Isto é o universo, comprimido, quente, e denso, ate que..." - Ele tocou com um dedo a luz e ela explodiu em milhares de pequenos pontos que se moviam em toda sua volta - "Ele resfriou e expandiu!"

Ele caminhava pelos pontos de luz que estavam ao seu redor observando alguns enquanto falava - "Sua civilização chama essa teoria de Big bang, e devo dizer que vocês estão corretos quanto a isso. Durante uma eternidade o universo vem se espandido, galáxias, sistemas solares, planetas, todos se afastando do ponto central do Big bang." - Então todas as luzes se movem novamente indo ate uma parte que brilha fracamente e é a única que não se move - "Mas é aqui, nesse ponto que começamos. No centro do universo, em Signus."

As luzes sumiram dando lugar apenas a pequena e fraca fonte de luz a frente do presidente Ramd, ela cresceu e assumiu a forma do que parecia ser uma galaxia

- "De fato é natural que com o tempo e as condições necessárias vida se forme em vários planetas, e hoje você puderam comprovar isso. Mas foi aqui, em Signus que a primeira forma de vida surgiu. Um planeta parecido com o seu, de onde a vida saiu tímida da água e foi em direção a terra e alcançou os céus. Anfíbios, repteis, mamíferos, e o homem. Outra teoria acertada de vocês, a teoria da evolução como chamam. O único erro é que ela não ocorreu aqui, mas sim em Signus." - Ele mantinha sua atenção em um planeta especifico que ficou um pouco maior enquanto imagens da evolução de Signus passava ao fundo, imagens bem parecidas com as conhecidas pela maioria dos Terráqueos.

- "O ser humano, a raça conhecida por vocês como o homem, nasceu em Signus a muito e muito tempo atras. Foi lá que os Signaris se tornaram a primeira e maior civilização. Eles já cruzavam o espaço sideral quando essa galaxia ainda era quente demais para se tornar propicia a vida. E de fato eles ganharam as estrelas e tudo mais, eles desvendaram mistérios que ainda hoje assombram nossos cientistas, conseguiram feitos únicos que desafiavam a física e química. E então eles descobriram a maior de todas as descobertas, eles conseguiram criar e controlar a maior de todas as forças" - O planeta que rodava lentamente a sua frente encolhe então surge a pequena galáxia com sua tímida luz e cada vez mais rápido tudo vai recuando ate o ponto branco voltar a palma aberta do presidente - "A foça do Big Bang!"

- "Um processo conhecido apenas pelos Signaris, que une toda a força primordial que gerou todo o universo em uma pedra, uma única e pequena pedra." - Algumas imagens coloridas passavam ao fundo, entre elas a de uma pequena pedra verde como a que a guia Liam disse que alimentava a nave. Então a luz começou a ficar opaca e apagar lentamente conforme camadas de um planeta surgiam a sua volta - "E para isso ocorrer um planeta precisa ser criado em torno de uma pedra Signus e ela deve permanecer ali, se alimentando durante eras ate que esteja pronta e então o planeta deve morrer!"

A imagem do planeta que se formou sumiu e apenas o presidente agora estava ali

- "A história dos Signaris é controversa e pouco se sabe sobre eles. Mas algo é certo, existiram sete familias Signaris, apenas elas sabiam o segredo das pedras Signus. Toda sua galaxia Signari foi consumida para que novas pedras Signus fossem criadas. Suporte de vida, poder de fogo, proteção, tudo pode ser conseguido extraindo a energia Signus. E os patronos de cada uma das famílias Signaris descobriram como fazer isso sem a ajuda de equipamentos, apenas usando sua energia se tornando as criaturas mais poderosas que alguem poderia encontrar." - Ele faz uma pausa - "Felizmente são poucos os Signaris existentes, algumas famílias foram destruídas em guerras internas, e apenas os mais importantes membros de cada uma delas pode ter suas próprias pedras Signus."

A terra volta a aparecer na tela ao fundo e as imagens parecem agora acompanhar o presidente em sua história

- "Quando um Signari decide fazer uma nova pedra Signus ele cria um novo planeta e em alguns casos toda uma galaxia é reformulada. Esse planeta deve permanecer em repouso por muito tempo, tempo que ele geralmente não gasta esperando o amadurecimento de sua pedra. Para isso ele povoa o planeta com os príncipes, membros sem importância de sua própria família. Eles ficam encarregados de proteger a pedra de seu mestre, caso algum outro Signari, ou mesmo alguma civilização livre se aproxime eles podem se comunicar e chamar imediatamente o dono daquele planeta e assim a questão seria resolvida em um estalar de olhos." - A imagem de um homem com a face escondida pelas sombras e com uma roupa que parece e mistura de uma toga romana e uma capa aparece ao fundo, ele possuía algumas pedras de varias cores em sua roupa, luva, tiara. - "O poder de um Signari é tamanho que apenas outro Signari poderia ter alguma chance. Dessa forma é comum que um protocolo de aproximação seja seguido quando um planeta que abriga uma pedra Signus é encontrado"

A Terra novamente aparece ao fundo da tela

- "Algumas famílias de príncipes costumam criar sua própria historia, mitos, uma civilização inteira para que possam se entreter ao longo de sua estadia como guardiões. Isso as vezes pode dar muito errado e eles podem acabar morrendo por algum desastre levando o planeta a ficar a merce de outros Signaris, ou com o tempo criando uma nova civilização livre." - Imagens de um diluvio aparecem atras do presidente - "E esse é o caso da Terra. Talvez o Signari que criou esse planeta morreu, talvez ele tenha esquecido dela, nunca saberemos, mas o fato é que a pedra Signus que está no núcleo da Terra está a eras abastecida e pronta para o uso."

Um silencio perturbador se segue por alguns segundos

- "Os Garpanianos foram a muito tempo uma civilização governada pelos caprichos dos príncipes, e deveríamos ter sido extintos a muito tempo. Mas hoje estamos aqui, o núcleo de nosso planeta ainda hoje abastece a primeira nave Garpaniana que zingra pelo universo buscando ajudar aqueles que ainda estão perdidos no universo, catalogando e sobrevivendo" - A imagem na gigantesca tela se aproxima bastante do presidente ates do final - "Agora estamos aqui para dividir com vocês nossos conhecimentos, e lhes oferecer uma escolha. Viver em seu planeta como uma civilização livre, ou tomar o espaço como parte de uma nova frota Garpaniana. Obrigado pela atenção ate aqui!"

As luzes voltam a iluminar a sala e alguns homens estão lá juntamente com a capitã Kalies, todos ao lado do presidente Ramd, agora ao vivo ele fala ainda em sua língua nativa e é traduzido - "Se tiverem ainda alguma duvida eu e meus subordinados poderemos esclarece-las uma a uma, não tenham pressa!"

Kalies sorri para Kamowa que retribui o sorriso, então um tiro e gritos. Kamowa percebe que Morita havia entrado em uma briga e alguns homens estavam armados, soldados Garpanianos saltam de varias portas e uma confusão terrível toma a enorme sala. Uma pistola cai perto de Kamowa que rapidamente a chuta para baixo da poltrona, então ele é puxado com muita força, um soldado Garpaniano o imobilizava enquanto o presidente era protegido por alguns outros soldados, Kalies se levanta e da alguma ordem para o soldado que o liberta e corre para tentar conter outra pessoa. Kalies sorri novamente para Kamowa mas então seus olhos se arregalam e ela pula na frente do presidente, um tiro acerta em cheio o peito da capitã e pega de raspão no braço do presidente, ele é arrastado para fora da sala enquanto Kamowa corre e pega o corpo de Kalies, mas ela já estava morta. Ele olha e vê Tisha Washington com a arma ainda fumegante em suas mãos, ela chorava e balbuciava algo em Africâner - "Não pode ser verdade, não pode ser verdade, o homem é a imagem e semelhança do único e verdadeiro deus, não pode, não pode, é tudo mentira!"

E assim, no chão frio de uma nave no espaço com o corpo morto da capitã Kalies nos braços Kamowa testemunhou o começou da guerra entre a Terra e os Garpanianos!

[Fim]
« Última modificação: Julho 17, 2013, 05:49:24 pm por Ciggi »