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Pleageatrix

(1/1)

crudebuster:
- Vire a cabeça um pouco pro lado, por favor...

- Hum? O que você viu?

- Um bichinho estava sain... entrando na sua orelha.

- Mas nem me incomodava. Valeu, quase que esse troço me picou.

- De nada.

- Vamos, já preparou o equipamento?

- Sim, vamos atacar no três. Força total.

Invadiram pela janela. Atiraram em dois guardas, ouvindo o estridente alarme tocar e chamar mais guardas que se amontoavam na porta lateral.

- O elevador, rápido!

- Claro, deixa eu colocar um presentinho aqui preles. - Jogou uns papéis no chão, entre poças de sangue e cápsulas deflagradas. - Deve atrasá-los um pouco.

[Dim, dom...]

O elevador chega e dele saem mais guardas. Que não vêem absolutamente nada, a não ser cadáveres. O elevador fecha suas portas, sobe, e derrepente os guardas se vêem entre centenas de folhas de papel!!!

- Andar 56, 72, 89. - Nervosamente, enquanto engatilha o novo pente em seu rifle automático.

- Ok. - Enquanto engole uma pequena drágea cinza e azul, aperta o botão, que clareia ao toque.

Suas veias fervem, o sangue parece se tornar fluido de freio grosso. a pele se estica e repuxa, parecendo negar o que acontece, enquanto a mente consciente se prepara.

- No dois.

O elevador pára.

[Din, dommmmmm... Only Authorized Personnel. Please Identify...]

Absoluto breu.

As pupilas de Peter se retraem e dão lugar a sensores de calor. Seus braços lhe pesam.
Suas pernas, contudo, parecem menores que antes.

- Vê algo? - nervosamente, com o dedo no gatilho.

- Atire no Centro!!! Travando!!!

- Ok. - Aperta o gatilho como se agarrasse à sua própria vida, enquanto invade o andar misterioso.

Raios recortam o ar, de direções que nem mesmo Cloudster poderia adivinhar. Parecem resvalar na pele de Peter, enquanto ele responde rapidamente com os biolasers em seus braços longos e
finos. Coisas se partem, se quebram. Luzes no nada estouram em contato com alguma coisa enorme. Cloudster estremece de pavor, ao ver que o chumbo não parece surtir efeito naquele nada instalado. De fato, antes de se jogar para cair e rolar no chão, toda sua munição havia acabado, e nem um só cartucho havia sido visto por seus olhos cegos pela falta de luz.

- Agora!!! - Grita Peter, com uma voz incompreensível.

Cloudster se surpreende com o súbito aparecimento do chão, e de uma enorme criatura vítrea, iluminada pelas luminárias gêmeas do teto. Ao que parece, totalmente esburacada e em lento processo de decomposição.

- Pegue a amostra! - Grita novamente, com uma entonação mais normal.

Cloudster se aproxima rapidamente, e chutando violentamente pro alto uma ponta da criatura prostrada à sua frente, pega o caco desprendido e o coloca no coldre da .45, já na outra mão.

- Depressa, o elevador vai subir!

- Já estou indo. - num rápido pulo, entrou no elevador quase fechando suas portas novamente.

Peter parecia normal de novo. Meio zonzo, mas normal. Suava um pouco.

- Agora é sua vez... - dando uma pequena drágea roxa para Cloud, com um sorriso um tanto sarcástico no canto da boca.

- Você sabe que não preciso disso. Sou o melhor no que eu faço.

- Então eu guardo, senhor Morpheus-falsificado. Está pensando que estamos na Matrix,é?

[Ding, dong... Administração.]

Agentes por todos os lados. Como se fosse um clipe de Michael Jackson ou uma montagem
fotográfica, todos apontavam suas armas discretas e mortais para a porta, esperando pels dois. O alarme ainda soava forte em seus fones, todos em seus ouvidos direitos.

A porta nem sequer abriu. Garras enormes e quase bestiais esfacelaram as portas, matando quase instantaneamente cinco Agentes. As balas atingiram os músculos, vísceras e ossos de um enorme, violento e felino Cloudster, que não conseguia parar de agitar suas patas ferozes contra os ternos de preto. A cada metacarpiano movido, a cada bala, um braço, um torso, uma cabeça de Agente morto. No último, apontando para sua cabeça, enxergando seus ferimentos, vendo seu sangue jorrando por tantos furos, derrapou um insulto:

- Mas que coisa feia. morrer assim tão tolamente por uma causa tão desvalorosa.

- Olhe... atrás... - Disse ele, com seus caninos encharcados de sangue e molhados de vapor, relaxando seus braços e deixando fluir o sangue.

O Agente hesitou. Antes que pudesse levantar sua pestana para atender à mensagem do fone,
sua cabeça estava no chão. Ainda pensava. Peter calmamente pegou o comunicador de seu corpo, o fone na orelha e voltou pro elevador. Cloudster observava, enquanto ajeitava o óculos no nariz e recarregava a pistola.

- Está ficando velho, hein? Já vi você matar mais de cinco a cada bala.

- Da próxima vez, que tal você bancar o rapidinho, pra variar? Já está contando piadinhas de Homem-Aranha. Toma esse vidro inútil.

- Ok, Já aprontei o comunicador do Agente. Agora vê se age mais devagar, tá? Pegue sua pílula.

- Hunf. Novato. - enquanto ajeitava a gravata.

[Dim, dom. Sala de reuniões.]

Vários Agentes enfileirados pela porta do elevador miravam em Peter como se esperassem mais de um. Olhavam e se entreolhavam.

- Ei, vocês estão atrasados. Já pegamos eles. Vocês não souberam? - Dá um tapinha no fone.

O mais velho, atrás do grupo, bate dois dedos no fone e concorda:

- Você tem razão. Nós os pegamos. Continuem a ronda, podem haver outros no sistema de refrigeração ou nos cabos do elevador.

- Sem problema. - recoloca a pistola no coldre dentro do terno, enquanto avança pelo corredor.

- É Aqui? - pega numa maçaneta de uma porta nomeada "Janitor"

- sssimmmsss, rápidddddsss...

Abre a porta, passa por ela e a fecha atrás de si. Puxa algo do bolso e joga atrás do ombro.
Peter aparece de frente pra porta.

- Já era tempo. Me passa esse fone aqui.

- Toma esse treco, me coça o ouvido. Ladainha irritante.

Peter habilmente encaixa o caco transparente no fone, como linha na agulha...

- Já podemos pegar a caixa?

- Não apresse um gênio.

- Mas um burro, posso esporar.

- Está pronto, vamos logo. Pelo tamanho do caco, deve durar uns dez minutos.

- Dessa parte eu gosto.

Andavam pelo corredor como se nada houvesse acontecido. Todos os Agentes haviam travado no tempo, como as colunas do prédio.

- Dá vontade de cuspir na cara deles. Pena que não temos tempo.

- Vamos logo pegar esse treco e comer um arroz com feijão.

- Está ali, no auditório. Olha só.

Centenas de agentes parados. Olhando para uma caixa nas mãos de um deles, parecendo tentar
discursar num microfone. Cloud pega a caixa. Em seu lugar, deixa cuidadosamente uma outra, igual, insuspeitamente sem amassos, do bolso da camisa, como um origami misterioso.

- Babacas. - um enorme sorriso se perfaz no rosto de um calmo Peter.

- Vamos sair daqui.

- Pela janela, de novo?

- Não, meu horóscopo disse que hoje eu teria um dia chato. Vamos pelas escadas mesmo. Antes que eles cheguem.

Descem um lance. Saem do prédio. Os papéis ainda flutuam, sendo lidos por alguns dos guardas. Peter olha, de certa maneira orgulhoso, e Cloud o puxa pelo braço.

- Clarence, estamos fora. Pode continuar o programa.

Com um ruído surdo e um reflexo inatural, o prédio volta ao tempo normal.
Como se nunca houvessem entrado nele, Peter e Cloud vão até um restaurante próximo, andando pela rua. Cruzam por um casal de preto que se aproxima da porta de entrada, carregando pesadas sacolas.
Passam pelo detector de metais. Ele apita. Eles baixam as sacolas.
Um guarda, calmo e sereno se aproxima e diz, pelo fone:

- Por favor, ponham todo metal nas prateleiras e... ah,meu Deus!!! - fica atônito ao ver armas e munições em abundância nas sacolas...

Fim do Programa...?

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